Artigo do FOHB no Hotel News: 2018 – O ano da retomada

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Nem as eleições para presidente, tampouco o Campeonato Mundial de futebol na Rússia, deixam os executivos da hotelaria brasileira menos otimistas neste novo ano.
2018 será promissor para as redes hoteleiras, com grandes possibilidades de crescimento nas taxas de ocupação (+3%) e consequentemente nas diárias médias (+8%) em todo o Brasil. E os motivos são diversos: a começar pela retomada da economia, principal indício que a indústria do turismo começa a reagir após um período recessivo. Os anos de 2015 e 2016 se apresentaram dramáticos, com queda nas vendas e aumento substancial nas despesas; e 2017 mostrou queda importante na inflação, leve e constante crescimento na ocupação dos hotéis (+1,9%), mas a preços baixos (-6,4%), cujos contratos foram negociados nos piores anos para a hotelaria na recente história do país.
Mais hóspedes em todo o ano passado, o que mostra não ser um fenômeno pontual, e custos controlados já dão indícios do futuro, mas há outras tendências que apontam como se apresentará o cenário hoteleiro brasileiro nos próximos onze meses.
A primeira delas é estabilidade na oferta do número de quartos. Estudos que o FOHB, Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil, realizou no último ano mostram que não há perspectivas de aumento significativo para novas aberturas. Haverá, muito possivelmente, a conversão de bandeiras, fusões e compras envolvendo principalmente as redes menores. Foi o que aconteceu com o Grupo Rio Quente, que assumiu a Costa do Sauípe,. O aumento na escala de distribuição e o poder de negociação junto a fornecedores se mostra cada vez mais importante no Brasil, país em que a maioria dos hotéis ainda são.
Por outro lado, as novas diretrizes estabelecidas pela CVM, Comissão de Valores Mobiliários, após longas discussões sobre o modelo de negócios do condo-hotel irão limitar esse tipo de investimento, estimulando, por outro lado, o modelo de franquias, em que o investidor conta com a força de uma grande marca na comercialização, mas com maior liberdade na gestão.
Este novo ano também, não se pode deixar de lembrar, se mostra melhor para a hotelaria econômica, que juntamente com a de luxo, foi a que mais sofreu nos últimos tempos. O corte nos orçamentos das viagens corporativas obrigou parte substancial dos executivos a trocar hotéis de luxo pelos da categoria middle scale. Já aqueles que comumente se hospedavam nos hotéis econômicos deixaram temporariamente de viajar. Nossas pesquisas mostram que as praças mais promissoras em 2018 estão no Estado de São Paulo e, com menor intensidade, no Rio de Janeiro.
Um ponto muito importante a se observar, ainda que seja cedo avaliar os resultados, é reforma trabalhista, votada no último ano, que sugere um impacto positivo para a economia, no geral, e, especificamente no turismo, interessado em retomar seus investimentos, voltando a contratar mão-de-obra e apostando no treinamento de suas equipes.
Obviamente períodos recessivos nunca são desejáveis, mas uma vez vividos, podem trazer transformações importantes no mercado e que serão úteis nos momentos de retomada econômica. Assim como se espera em 2018.
*Orlando de Souza é diretor executivo do Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB)

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