FOHB nunca dorme. A cada encontro, debate e decisão, reforçamos nossa convicção de que a hotelaria brasileira é protagonista de um tempo de profundas transformações. No VII Fórum Nacional da Hotelaria, vimos criatividade, tecnologia e pensamento crítico convergirem para construir o futuro do setor : da inovação em design apresentada por Hans Donner à visão econômica de Guilherme Dietze; do dinamismo do foodservice trazido por Cristina Souza às análises de mercado de Cristiano Vasques e Paulo Salvador; da perspectiva da inteligência artificial com Guilherme Horn às reflexões inspiradoras de Mario Sergio Cortella.
Destaques do VII Fórum Nacional de Hotelaria
O VII Fórum Nacional da Hotelaria abriu com a palestra “Live Your Time: Design, Tempo e Vida”, de Hans Donner, criador da identidade visual da Rede Globo. Em uma fala repleta de referências visuais, Donner revisitou trabalhos icônicos como a abertura do Fantástico, a vinheta da Globeleza e diversas novelas para mostrar como o design é capaz de marcar gerações e transformar a percepção do tempo. Com mais de 40 anos dedicados à inovação, ressaltou que a criatividade é a essência da construção de marcas memoráveis, lição que dialoga diretamente com a hotelaria: “Sem um designer, a Rede Globo seria só mais uma emissora do mundo. E assim é com qualquer marca”.
Na sequência, Guilherme Dietze, economista da FecomercioSP, trouxe um panorama de cauteloso otimismo para 2025-2026. As projeções indicam crescimento do PIB de 2,2% em 2025 e 1,9% em 2026, inflação ao redor de 4,5% e Selic ainda elevada. Apesar de um déficit primário estimado em R$ 76,3 bilhões e dívida pública próxima de 77% do PIB, turismo e hotelaria seguem em expansão: faturamento do turismo nacional deve crescer 5,5% e o de alojamento 8,7% em 2025. No primeiro semestre, a hotelaria registrou 59,5% de ocupação (+3,3%), diária média de R$ 430 (+10,7%) e RevPAR de R$ 256 (+14,4%). Dietze ressaltou desafios como o fim do PERSE, a escassez de mão de obra e a reforma tributária, mas destacou a resiliência e o potencial de investimento qualificado do setor.
Com o tema “Foodservice no coração da hospitalidade: Inovação, Tecnologia e a Jornada do Novo Consumidor”, Cristina Souza, CEO da Gouvêa Foodservice, abordou a transformação do mercado global de hospitalidade, que deve atingir US$ 6,7 trilhões até 2031. Mostrou que tecnologia e hospitalidade precisam caminhar juntas: 60% dos clientes preferem interação digital e 83% dos colaboradores desejam mais automação. O foodservice aparece como motor de inovação com IA, IoT, realidade aumentada e check-in digital, enquanto a economia da experiência exige vivências sensoriais e personalização extrema. Cristina alertou para a alta rotatividade de mão de obra e defendeu que a verdadeira hospitalidade continua a ser definida pela conexão humana.
O Panorama da Hotelaria Brasileira – Visão de Futuro, apresentado por Cristiano Vasques, reforçou o otimismo: no 1º semestre de 2025, a ocupação média chegou a 60,3% (+2,6%), a diária média a R$ 444 (+5,3%) e o RevPAR a R$ 268 (+8,1%), com destaque para destinos de lazer impulsionados pelo dólar alto. Mesmo com juros elevados e custos de construção inflacionados, 61% das redes planejam mais contratos em 2025, especialmente em cidades médias e franquias. O estudo ainda enfatizou a gestão de destinos, a integração entre hotel e complexo imobiliário e políticas públicas para o turismo.
Em seguida, Paulo Salvador apresentou a Pesquisa Canais de Distribuição FOHB 2025, revelando que R$ 14 bilhões circularam nos canais de venda dos hotéis associados em 2024. Os canais indiretos já concentram 55% das reservas, e cada ponto de share que migra das OTAs para canais próprios pode gerar economia de R$ 10 milhões ao ano. O levantamento destacou a ascensão do cartão virtual (74% dos pagamentos) e a recuperação das reservas corporativas via IDS, recomendando plataformas de topline com inteligência artificial para reduzir custos e aumentar margens.
Na palestra “O Mindset da Inteligência Artificial”, Guilherme Horn apresentou a trajetória da IA, da fase simbólica às aplicações generativas, e previu que 90% das empresas usarão IA generativa como parceira de trabalho ainda em 2025. Ele alertou para barreiras mentais, como medo de substituição e vieses cognitivos, e indicou oportunidades em novos modelos de negócios, profissões e formas de organização. Reforçou que inovar e experimentar é essencial, pois nenhum setor pode prever com exatidão a próxima década.
Encerrando o dia, o filósofo Mario Sergio Cortella refletiu sobre “Cenários turbulentos e mudanças velozes”, convidando à lucidez e à proatividade. Perguntou se as transformações atuais são “tragédia ou drama”, lembrando que toda crise também é oportunidade de aprendizado. Cortella defendeu que competência é coletiva e temporal, que as organizações evoluam de “qualificadas” para “qualificantes”, e que a gestão do conhecimento seja vista como inteligência estratégica. Concluiu que a postura propositiva, e não apenas reativa, é o caminho para transformar incertezas em crescimento e inovação.
O VII Fórum Nacional da Hotelaria contou ainda com diversas marcas patrocinando e apoiando o evento:
Mantenedores: Anuga Select Brazil, Apen Portas e Mobiliário, B2B.reservas, CVC Corp, Equipotel, Grupo R1, Harus, Lets Book, Nespresso, RenTV, Seara, Shift, TOTVS. Além de CNC, Senac e Visite São Paulo.
Patrocinador Diamante: Grupo R1
Patrocinadores Ouro: CBRE, CNC e Visite São Paulo
Patrocinadores Prata: Amenix e Alphagraphics
Patrocinadores Bronze: Frigo Service
Marketing Olfativo: Básico Aroma
Hotel Oficial: Pullman Hotels & Resorts
Apoio Educacional: Senac
Apoio: Blue Aura, Casa Flora, ESG Pulse, Heineken, Mamba Water e Pizza B2B


































































































































































































































































































































